quinta-feira, 23 de setembro de 2010

A falta que a falta faz.



Sem sentir saudades, sem sentir amor transbordando, sem sentir calafrios, sem sentir o coração pulando.
Você é como água morna, não me serve por inteira, te sinto só pela metade.
Nem quente demais, nem frio de manos, morno.
Nem forte demais, nem fraco de menos, apenas... o necessário.
E eu quero fogo, quero calor, quero me queimar no abraço de alguém.
Quero sentir aquela vontade, quase que como uma necessidade de gritar de amor, de gritar seu nome.
Quero ventania, cabelo fora do lugar, quero mordida, quero mãos apertadas.
Você é leve demais, não incendeia minha mente.
Eu quero ser aquela moça com quem você flerta, quero sentir o arrepiu na espinha.
Quero amar você.
Mas você é metade disso, talvez até menos.


E metade de amar não existe. Não pra mim.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Tradução: Dou you remember- Jack Johnson



Você Se Lembra?



Você se lembra de quando nos conhecemos?


Eu me lembro, foi em algum dia no início de setembro.


Você foi preguiçosa com isso, você me fez esperar.


Eu era tão louco por você que nem liguei


Então, eu me atrasei para a aula e tranquei minha bicicleta na sua.


Não foi difícil encontrar, você pintou flores nela.


Eu acho que eu estava com medo de você ir embora


De você talvez não voltar pra mim.










Bom eu estava louco por você antes e agora


A coisa mais louca do mundo é que


dez anos se passaram, e você ainda é minha


Nos prendemos no tempo, Vamos voltar.










Você se lembra quando nos mudamos?


O piano ocupou toda a sala.


Você me fazia de bobo e eu tocava pra você músicas de amor


Você diria que estávamos brincando de casinha


E agora você ainda diz que ainda estamos.


Nós construímos nossa fuga numa árvore que encontramos


Nos sentimos tão longe, mas ainda estávamos na cidade.










Agora eu me lembro assistindo aquela velha árvore sendo queimada


Eu peguei uma foto que não gosto de olhar










Bom todos esses momentos vêm e vão


E sozinhos não parecem tão longos


Dez anos se passaram


Nos não conseguimos voltar, ficamos presos no tempo.


Mas você ainda é minha










Você se lembra?

Lembranças de um abraço.



...e foi quando você chegou, vindo de uma estrada que eu não podia enxergar, e que não conseguia conhecer. Me dizia pra esquecer, me dizia pra esperar, me dizia outras línguas que eu não conseguia entender.
Eu estava parada bem no centro de mim mesma, como se estivesse adormecida ou até mesmo morta, se não fosse à respiração rotineira que não me deixava descansar por inteira.
Resmunguei algumas dores, reclamei, quis até chorar, pra facilitar o abraço que eu esperava de você, mas estava tão seca e fiquei sem lagrimas.
Era muito estranho pra mim te ver de fora, de longe, sem mais intimidades e carinhos.
Eu estava em outro mundo, julgando você, e sempre me surpreendendo com as coisas que eu sabia dizer pra te fazer triste.
Mas foi quando você chegou, sem defesas e ataques, limpo de qualquer palavra feia, que eu fiquei sem saber, sem conhecer o que eu sentia.
Um buraco grande abriu em meu peito, mas não havia dor nem desamor.
Eu discuti, pois sabia que assim você iria embora. Tracei planos malignos, gritei, me fiz de bruxa e te joguei feitiços. Mas no fundo eu era só uma criança birrenta, fazendo manha.
Você se desmontou, me mostrou seu rosto triste quando saiu das sombras. Eu só queria te abraçar, e esquecer de toda a dor maluca que invadiu meu corpo quando te vi assim.
Mas o orgulho me mantia firme como uma pedra, impondo sacrifício.
Puxei-te com meu olhar pra dentro do centro de mim, sem falar nada você me disse o quanto estava magoado, o quanto me queria.
E foi quando eu percebi tudo...você foi embora.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010


E essas pessoas ai? Que se importam demais, tomam as dores do mundo todo, estão sempre com uma frase de grande impacto e seriedade na ponta da língua.
E essa vida que parece uma fachada, e essas frases certinhas, corretas e de gente grande que correm depressa pra fora da boca, com aquele olhar investigativo, e o suspiro desanimado de quem anseia sempre por mais, e acha que nada esta ao seu nível de superioridade, que sempre escorre pelos olhares, mesmo eles fingindo que não agem desta maneira.
Parecem-me sempre pessimistas, vêem sempre a dor e a intolerância, tem medo de estarem vivas, de estarem dizendo que esta tudo bem.
Eu vejo tudo isso, e não entendo.
E as frases que eles copiam de outras pessoas? E o sucesso que fazem com isso?
E se camuflam de pretas e brancas, de ricas e pobres, pois querem ser a igualdade e tem medo de dizer o que realmente são. Medo de sorrir de verdade, medo de assumirem que vivem no mesmo século, ano e mundo que todas as outras pessoas na face da Terra.
É sempre rancor e desesperança, sempre aquele lado negro, sempre aquelas palavras de baixo astral, tentando ferir alguém que nem eles sabem que é.
E essas pessoas ai? Eu não as entendo. E nem quero. Entende-las seria ser um pouco como elas.
Eu gosto da vida que trago, da luz que existe em meu mundo, do meu decote, da minha pele, de mostrar que eu sou gente, ser humano.
Gosto de dizer meus palavrões, de entrar no bar e beber minha cerveja, jogar minha sinuca, fumar meu cigarro.
Gosto de abraçar meus queridos, e tentar rever meus conceitos sobre os que a mim são mal educados. Gosto da simplicidade e do glamour que dou e faço em tudo que tenho, em tudo que sou, em tudo de mim.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010


Eu to tão cansada e exausta de ficar aqui, esperando você chegar pra poder continuar a vida, pra viver.
Sentada no mesmo lugar onde você me deixou, espero sem animo, entediada e um pouco triste com essa situação, você vem me leva no seu carro pro mundo, me faz rir e ver as cores, as paisagens, sentir os sabores e o vento. Mas quando vai embora, eu fico aqui, esperando por você, sem saber como fazer isso sozinha, sem ter chance, ou vontade própria. É como se sem você as coisas não tivessem o mesmo gosto e graça, o sorriso não vem tão fácil, e quando vem, é fraco.
Você finalmente me conquistou de vez. Fez-me sentir todas as dores e todos os amores que eu pude ter. Levou-me no seu abraço forte até o azul do céu, eu nem conseguia respirar de tanta alegria. Mencionou frases, palavras, mas foi quando não disse nada, que me tocou mais profundamente.
Volta e trás com você meu riso, meu ar, minha paz. Eu quero de volta toda a vida que você me ofereceu, me mostrou como numa vitrine, me fez desejar ter tudo aquilo, mas sem condições, não pude ficar com nada.
Eu te quero do meu lado, sem sumir, sem ir e vir.
Quero-te quietinho, bem feliz no meu abraço.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010


Quando chegamos num certo ponto, num certo fim, que muitas vezes tanto tentamos negar, é que temos a real certeza de que não devemos ‘mexer’ nas coisas do passado.
Passou, foi-se, como o sol que chega e se vai em nossa vida todos os dias, assim como milhões de outras coisas mais ou menos importante, dependendo do ponto de vista de cada um.
Mais uma vez o tal ponto.
Ponto de inicio, ponto final, ponto de referencia, ponto de vista, ponto estratégico, ponto sem querer, ponto, ponto, ponto.
Remoer historia, rever fotos, desenhos, ler frases que significaram muito, ler frases que significam muito, ouvir musicas que foram sua trilha sonora no passado, ouvir musicas que te dizem que acabou no presente.
E aquilo tudo que parecia perfeito, mágico, sideral, eloqüente o suficiente, ecoando em sua mente, gritando através do seu corpo toda vez que lembrava quase sem cor e sem sentimento de momentos que viveu hoje simplesmente deixa apenas um gosto na boca, que não tem gosto, não é salgado nem doce, nem azedo ou amargo. É o gosto que o fim deixa nos lábios de alguém que entendeu a hora de dizer adeus.
E a vida é assim, você diz adeus na hora errada, anos depois se arrepende e quer dizer ‘Olá’. Pode até dizer, pode até manter uma conversa longa, animada, ou simplesmente algumas trocas de frases sem graça com alguém, mas depois de um tempo, depois de sentir tudo aquilo que sentiu antes, passa.
Você continua lembrando da pessoa, sabendo da vida dela, mas em ti, isso não gera sentimento ou emoção alguma. É o tal do esquecimento.
Um esquecimento um tanto quanto esquisito, você esquece, mas não esquece.
É só que agora o lembrar não lhe causa efeito.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010



Eu não tinha muito, mas o que tinha quis repartir com você. Quis que você entendesse onde estava prestes de ‘entrar’, que se preocupasse em saber realmente se era isso tudo que você queria, se estava nos seus planos passar por momentos difíceis, e se você estava disposto a lutar,  mas não para vencer, apenas para lutar.
Foram idas e vindas, e eu perguntava-me sempre como é que você voltava, depois de toda a dor, depois de toda a felicidade jogada fora, mas ai eu percebi um fiozinho fino e sensível, tão suave, pintado com tinta azul, ele balançava com o vento, pra lá e pra cá. Esse pequeno e frágil fio azul, que às vezes era invisivel, ele nos prendia, nos segurava um ao outro para que ambos fossem e voltassem, nessa dança mágica que o tempo nos prega quando quer que a gente aprenda uma lição.
Eu entendi aquelas palavras que teus olhos me falaram naquela noite estranha e fria.
Percebi que você estava tão exausto, e percebi seu coração desbotado, batendo lentamente, mas você tinha um ar de aflição, e eu fiquei com medo do que eu podia sentir por você naquele momento.
No inicio não poderíamos saber. Você era tão alto, que sempre que eu te olhava podia enxergar o azul do céu limpo e sem raios. Deixei-me levar por tudo aquilo sem imaginar que um dia, o céu que eu vi tão lindo e calmo, se transformaria numa tempestade forte, com ventos que doíam toda vez que passavam por entre minha pele.
Naquele dia que precisava de proteção, estava sozinha, mas não me sentia abalada por nada. Só queria um abraço quente e uma nuca pra refugiar meu nariz rosado de frio.
Eu pensei durante muito tempo naquelas frases que voaram no sol, relembrei de sorrisos, musicas, fios de cabelo e até mesmo de promessas. Eu nunca antes havia recordado de promessas. Recordei das nossas.
Isso me pareceu tão bobo, tão fraco. Era como se tudo aquilo que imaginamos grande e mágico, que parecia refugio e certeza, não passasse de apenas um ‘quem sabe’.
E aquela frase clichê que você me disse e que eu já havia ouvido tantas vezes, não me fez balançar nem tremer de alegria.
Sei que se o pequeno fio que nos prende um ao outro estourar, arrebentar ou for cortado, não chorarei ou sofrerei.
Tudo que vivi foi o suficiente.